TRANSTORNO

Queda de ponte e falta de asfalto na BR 158 revoltam produtores e caminhoneiros

O transporte de grãos e animais está em constante risco, e o clima é de revolta entre produtores rurais e caminhoneiros.

11/04/2017 08h17 | Atualizada em 30/11/-0001 00h00

Queda de ponte e falta de asfalto na BR 158 revoltam produtores e caminhoneiros

Reproduçao

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O excesso de chuvas destruiu pontes e tem transformado as rodovias ainda não pavimentadas de Mato Grosso em verdadeiros atoleiros. O transporte de grãos e animais está em constante risco, e o clima é de revolta entre produtores rurais e caminhoneiros.

As águas do Rio Preto, que corta a região do Araguaia, derrubaram o principal acesso e canal de escoamento do município de Porto Alegre do Norte. O trecho faz parte da BR-158, que liga Mato Grosso ao Pará; 127 km ainda não estão pavimentados.

A situação impede que caminhões, ônibus e ambulâncias consigam passar. Quem leva carga sofre sofre mais, perdendo agendamentos. De acordo com o caminhoneiro Neri Mainardi, o caso das cargas vivas é ainda mais complicado.

“Não sei como é que os caminhões não quebram no meio. Não tem cabimento, mas daqui a uns dias, quando a chuva parar, veremos os estragos que foram feitos nos caminhões”, conta.

Com a rodovia federal interditada, os caminhoneiros saem em busca de alternativas. O problema é que a maioria das estradas não tem asfalto e está em péssimas condições. É o caso da MT-322, que liga os municípios de Ribeirão Cascalheiras e Vila Rica. Com a formação de atoleiros, o que se vê são filas de caminhoneiros improvisando com pedaços de madeiras doadas por produtores rurais da região.

O caminhoneiro João Maria critica as autoridades responsáveis pela região. “Nós só conseguimos achar prefeito e governador na hora em que eles querem o voto. Depois que entra, não está nem aí. Se realmente estivesse de olho, já teria asfaltado”, diz.

A região do Araguaia, no nordeste de Mato Grosso, é um dos principais polos de produção de grãos do estado. No local, a pecuária também tem força, com mais de 4,8 mil cabeças de gado. Durante a terceira rota da Caravana Acrimat em Ação, os organizadores ouviram as reclamações sobre a falta de infraestrutura e prometem levar o tema às autoridades.

“Para sermos competitivos de fato, temos que reduzir esses custos, passar por uma reforma fiscal do Brasil e do estado de Mato Grosso, passar por planejamentos de médio e longo prazo, na infraestrutura rodoviária e ferroviária. É uma situação vexatória para o setor produtivo, que faz bem o dever de casa”, analisa o consultor técnico da Acrimat Amado Oliveira.

O prefeito do muinicípio de Vila Rica, Abmael Borges da Silveira, acredita na necessidade de melhorias devido ao aumento da produção.

“Não tem um palmo de asfalto e precisamos melhorar. A produção tem aumentado, tanto de grãos quanto de pecuária. Nós temos o sétimo maior rebanho do estado, com 630 mil cabeças, e a lavoura também chegou forte, o que é bom para a recuperação das pastagens. Não é mais a região do futuro, mas é a do presente”, destacou.

Reparos

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela ponte da BR-158, informou que o conserto já começou e que, se o clima ajudar, a obra ficará pronta até o dia 13 de abril.

Já a secretaria de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso informou que as rodovias estaduais citadas na reportagem foram prejudicadas pela chuva e pelo aumento de caminhões que por elas trafegam.

A pasta ainda afirma que a manutenção das rodovias é de responsabilidade dos municípios e que R$ 500 milhões vindos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) foram liberados para que as prefeituras realizem as melhorias.

O prefeito de Vila Rica, que participou da reportagem, foi procurado novamente, mas o assessor informou que o expediente termina às 13h30, e que por isso só conseguirá responder posteriormente sobre o repasse do dinheiro.

FONTE: Pedro Silveira/Canal Rural

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