LEVANTAMENTO

Confresa lidera ranking nacional de resgates de trabalhadores em situação análoga à escravidão

Ao todo, no município foram resgatados 1,348 mil trabalhadores entre 2003 e 2017.

19/10/2017 09h01 | Atualizada em 19/10/2017 10h23

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O município de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, lidera o ranking nacional de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão no país. Os dados são do Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, que estuda o tema desde 2003. Ao todo, 1,348 trabalhadores foram resgatados durante operações no município.

De acordo com o levantamento, os resgates de trabalhadores em Confresa representam 31,33% do total dos casos no estado e 3,10% do total do país.

No ranking nacional, aparecem os municípios de Ulianópolis (PA), Brasilândia (MS), Campos dos Goytacazes (RJ) e São Desidério (BA) com maior número de casos.

Mato Grosso é o segundo colocado no ranking nacional no número de resgates. De 2003 a 2017 foram resgatados 4.302 trabalhadores no estado. Os outros municípios do estado que aparecem na lista do estudo são Poconé (346), Campos de Júlio (284), Vila Rica (167), Tapurah (163)

A maior ação de resgate no estado foi realizada em 2005. Naquele ano, segundo o superintendente regional do Trabalhado de Mato Grosso, Amarildo Borges, mais de mil trabalhadores foram retirados da propriedade de uma usina onde eram mantidos em más condições de trabalho.

“A região do Araguaia, onde Confresa está situada, tem uma incidência de casos muito grande. As fazendas das proximidades abrigam inúmeros trabalhadores nesta situação”, afirmou Amarildo.

Resgate em Confresa

Em janeiro deste ano, um idoso de 72 anos foi resgatado em uma fazenda, em Confresa. Ele viveu na propriedade por 10 anos e, neste período, recebia pinga e fumo ao invés de salário.

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso (SRTE-MT), o idoso morava em um galinheiro que também era utilizado pelos patrões como depósito de produtos agrícolas.

Na propriedade, o idoso era responsável pela lida com o gado, ordenha e plantio de milho e mandioca. A vítima trabalhava cerca de 12 horas por dia com uma breve pausa para o almoço.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso, cerca de 30 municípios no Brasil foram notificados para prestar informações sobre as iniciativas implementadas para combater o trabalho escravo.

FONTE: G1 MT/André Souza

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